Na Área Euro (AE), o Produto Interno Bruto (PIB) em termos reais registou uma variação homóloga de -15,0% no 2º trimestre de 2020 (-3,1% no trimestre anterior). Em julho, o indicador de confiança dos consumidores na AE diminuiu, enquanto o indicador de sentimento económico recuperou. Os preços das matérias-primas e do petróleo apresentaram variações em cadeia de 4,6% e 5,4%, respetivamente (3,4% e 32,8% em junho).
Em Portugal, de acordo com a segunda estimativa rápida, a variação do PIB em volume no 2º trimestre foi -16,3% em termos homólogos (diminuição de 2,3% no 1º trimestre) e -13,9% em cadeia (-3,8% no trimestre anterior).
Não considerando médias móveis de três meses (ver secção seguinte), a informação disponível revela uma contração menos intensa da atividade económica em julho, quando comparada com o mês anterior. O indicador de clima económico aumentou entre maio e julho, após ter atingido em abril o valor mínimo da série. Os indicadores de confiança aumentaram em todos os setores de atividade, de forma mais expressiva na Indústria Transformadora. O indicador de confiança dos Consumidores diminuiu em julho, após ter recuperado nos dois meses anteriores.
O montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais de pagamento automático na rede multibanco diminuiu 9,7% em julho, em termos homólogos, após ter diminuído 14,4% em junho. As vendas de veículos automóveis registaram taxas de variação homóloga de -17,6% nos automóveis ligeiros de passageiros, -19,4% nos comerciais ligeiros e +67,3% nos veículos pesados (-56,3%, -36,0% e -67,0% em junho, respetivamente).
De acordo com o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas (COVID-IREE), os resultados apontam para uma melhoria da situação das empresas na primeira quinzena de julho. A percentagem de empresas em funcionamento foi 99% (+3 pontos percentuais (p.p.) que na quinzena anterior e +16 p.p. que em abril). No setor do Alojamento e restauração esta percentagem foi inferior (93%, representando um aumento de 11 p.p. face à quinzena anterior). Face à situação que seria expectável sem pandemia, 58% das empresas reportaram uma redução do volume de negócios na primeira quinzena de julho (66% na quinzena anterior e 80% em abril). No Alojamento e restauração e Transportes e armazenagem esta percentagem assumiu maior expressão (88% e 76%, respetivamente).
No 2º trimestre de 2020, a taxa de desemprego situou-se em 5,6%, 1,1 p.p. abaixo do valor registado no trimestre anterior (6,3% no período homólogo de 2019). A subutilização do trabalho passou a abranger 748,7 mil pessoas (694,7 mil no 1º trimestre), o que se traduziu num aumento da taxa de subutilização do trabalho de 12,9% para 14,0% do 1º para o 2º trimestre (12,4% no 2º trimestre de 2019). O emprego total apresentou uma diminuição homóloga de 3,8% (-0,3% no 1º trimestre), tendo a população ativa registado um decréscimo de 4,5% (variação homóloga de -0,4% no trimestre anterior). O volume de horas efetivamente trabalhadas diminuiu 26,1% em termos homólogos e decresceu 22,7% relativamente ao 1º trimestre. A redução do volume de horas trabalhadas está sobretudo associada ao aumento da população empregada ausente do trabalho (22,8% da população empregada), devido quase exclusivamente à redução ou falta de trabalho por motivos técnicos ou económicos da empresa (que inclui a suspensão temporária do contrato e o layoff).
A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) situou-se em 0,1% em julho (variação idêntica em junho), observando-se uma taxa de variação de -0,2% na componente de bens (-0,9% no mês anterior) e de 0,6% na componente de serviços (menos 1,0 p.p. que o verificado no mês anterior).